terça-feira, 21 de outubro de 2014

CORES

Há cores invisíveis. Que se dão aquém da retina.
Que se escondem atrás da cortina,
E não se deixam entrever.

Há cores nuas. Sensuais. Cores menos, cores mais.
Sem pudores, castas, vastas e banais.
Há cores de não se ver.

Há cores tantas, desconhecidas. Sem pretensão, esmaecidas, internas.
Que se apresentam sempre e quando, inerte, tu hibernas.

Há cores que a poesia conhece (e somente ela!). Há cores, ah!, há cores-sons.
A cor do verso e da rima que a palavra esgrima com o poeta,
Que amanhece e anoitece a inflar a vela dos pulmões. Há, sim, há cores-sons!

Há cores tantas e diversas,
Inversas à janela dos olhos, imersas no vento sem fim.
Há cores que existem no silêncio de quem se ouve e se vê por dentro,

Há cores que tento pintar em mim.

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