“A liberdade é, antes de tudo, a liberdade de quem discorda de nós.” Rosa de Luxemburgo. De fato, o quanto nos aprisiona aceitar somente quem tem pensamentos iguais aos nossos. O quanto nos limita. Ter como “inimigo” quem apenas... discorda ou pensa diferente. Não nos odeia, nem trama planos contra nós, apenas ...discorda.
Entretanto, há liberdade e Liberdade. “A liberdade do lobo não pode justificar o extermínio dos cordeiros.” Isaiah Berlin. Ou seja, a liberdade, por si só, não nos diz muito se a ela não estiverem associados valores como Justiça, Amor, Verdade e Serviço. “Libertos para Servir”. Parece um paradoxo, mas é a mais pura verdade. A liberdade para o “mal” não é liberdade. João Paulo II, em Fides et Ratio, nos diz: “[...] Em outras palavras, a liberdade não se realiza nas opções contra Deus. Na verdade como poderia ser considerado um uso autêntico da liberdade, a recusa de se abrir àquilo que permite a realização de si mesmo?” E quanto o “outro” e o “serviço” nos realizam...
Por fim, um poema. Paul Eluard:
Nos meus cadernos de escola
Nas carteiras e nas árvores
Nas areias e na neve
Escrevo o teu nome
Em toda página lida
Em toda página em branco
Pedra papel sangue ou cinza
Escrevo o teu nome
Na minha porta de entrada
Nos objetos familiares
Nos ondas de fogo lento
Escrevo o teu nome
Em toda carne cedida
Na fronte de meus amigos
Em cada mão que se estende
Escrevo o teu nome
E ao poder de uma palavra
Reconheço minha vida
Nasci para conhecer-te
E chamar-te
Liberdade
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