O sorriso do meu pai.
No apinhado dos dentes – ai! –
As emoções cravadas no osso...
Ouvi do fosso da garganta
A voz das cordas vocais das hordas
ancestrais a gritar:
“Vai! Levanta e canta! Porque nós – ah!
– já não somos mais!”
Vi, na barba falha,
A cega navalha da vida e da morte.
No torto corte que emoldura o rosto
O tempo a dizer: “Isto posto,
lancemo-lo à sorte:
Rasgar ou tecer?”
Vi o que não vejo comumente,
O que à luz do dia não percebo.
Vi, tarde demais e claramente,
O que deveria ter visto cedo e
urgentemente.
Saulo Soares
O DNA nos mostra, a cada dia, a força da genética. Saudade é amor pelo que não mais é presença. Tristeza é entender que quando entendemos, de valorizar, é tarde demais.
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