sexta-feira, 20 de maio de 2011

SEGURANÇA E PAZ


Não são a mesma coisa. A paz vai além. O Senador Cristovam Buarque, no O Globo de 23 de abril, em “Além da Segurança”, afirma: “Quando ocorre um crime como o de Realengo, a busca pela segurança prevalece sobre a idéia da paz. Mesmo para garantir a segurança imediata é preciso se ter a perspectiva da paz no médio e longo prazo.”

A palavra para a paz em hebraico é Shalom. Como nos recorda Santini em Os quatro caminhos - página 46 – Editora O Lutador - ela é grafada por três consoantes: Shin, Lamed, Mem. Shin é simbolizada por uma labareda. Lamed, uma balança. Mem, um odre d’água. Fácil deduzir que simbolicamente, a paz é o equilíbrio (balança), entre o fogo (labareda) e a água (jarro). É de Santo Agostinho a conhecida frase: “A virtude está no meio”. Os budistas, por sua vez, conhecem o “caminho do meio”.

E o que isso quer dizer: que devemos buscar o equilíbrio em nossas relações. O quanto de nossos pequenos atos cotidianos contribuem para a formação de um comportamento que, muitas vezes, ultrapassa o nível de uma atitude pessoal e auxilia na sedimentação de um padrão social questionável?

De um grande amigo advogado escutei: “O objetivo da Justiça é a Paz Social.” Ora, deveria também ser um dos nossos. Muito mais do que um carro zero; zero violência. Entretanto, é preciso uma cultura, uma “educação para a paz”. Saint-Exupéry: “Se você quer construir um navio, ensine as pessoas o anseio pelo mar.”

Se desejamos a paz, devemos cultivá-la, ensiná-la nos lares, nas escolas, no trabalho, no trânsito, nas filas, enfim, na vida. Gosto muito da frase de João Paulo II: “Não há paz sem justiça, não há justiça sem perdão.” Perdoar, perdoar-se, pedir perdão. Passos sem os quais não caminharemos em direção à paz.

Para finalizar: é conhecida a passagem bíblica da parábola do joio e do trigo. De como devemos esperar crescerem juntos para depois separá-los e a eles dar destinos diferentes. Mas como diferenciá-los? Dizem que o joio se mantém ereto, altivo. Já o trigo, em virtude dos frutos que produz, curva-se, pendendo numa postura de humildade, pelo peso das sementes que carrega, num implícito reconhecimento da bondade do Criador. Altivez, arrogância e infertilidade se diferenciam substancialmente da humildade, dos bons frutos, da doação e do serviço.

Há um mundo a ser modificado. Um “assim na Terra como no Céu” a ser realizado. Mãos à obra!

Grande abraço.





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