Que se
escondem atrás da cortina,
E não se
deixam entrever.
Há cores
nuas. Sensuais. Cores menos, cores mais.
Sem pudores,
castas, vastas e banais.
Há cores de
não se ver.
Há cores
tantas, desconhecidas. Sem pretensão, esmaecidas, internas.
Que se
apresentam sempre e quando, inerte, tu hibernas.
Há cores que a poesia conhece (e somente
ela!). Há cores, ah!, há cores-sons.
A cor do
verso e da rima que a palavra esgrima com o poeta,
Que amanhece
e anoitece a inflar a vela dos pulmões. Há, sim, há cores-sons!
Há cores
tantas e diversas,
Inversas à
janela dos olhos, imersas no vento sem fim.
Há cores que
existem no silêncio de quem se ouve e se vê por dentro,
Há cores que
tento pintar em mim.