SAULO SOARES

                 Um estampido. O facão em pêndulo, rápido, frenético, a cortar luz e sombra. Corria tanto que já não sentia as botas apert...

O som do vento no mato, Assemelha-se ao das águas no riacho, E emparelha a infância que eu tive À infância... em que me acho. O m...

Amigo leitor, esta coluna pretende-se uma pequena pausa no veloz ritmo que rotineiramente nos é imposto; um sopro no quente copinho de café...

Para Emanoel Xavier Bittencourt.          Desorganizados, uni-vos! Não tão próximos, para que não pareça algo previamente organizado. ...

Flerto de tão perto (e a esmo) A loucura e a insanidade. Que chego, de mim mesmo, sentir uma inexplicável saudade. Se há amor...

     O povo passa e pisa, com desdém, indiferente, as flores caídas do ipê-amarelo. Pisam o celetista e o estatutário, o optante e o não-op...

Ando com a sensação de que nunca mais encontrarei a canção que nesta primavera perdi. Cantarolei-a algumas poucas vezes. Bela e simples mel...

O mar é uma mentira, um plágio,                                           Que me tira do sério e me leva...  Ao naufrágio. Um ágil ...

Há cores invisíveis. Que se dão aquém da retina. Que se escondem atrás da cortina, E não se deixam entrever. Há cores nuas. Sensuai...

Há uma alma portuguesa por se revelar, Uma guitarra no peito e um fadista na garganta. Um gotejar de notas tristes que não se estanca...

Cães ladram, lobos uivam: É noite na mente escura. Nada escapa aos dentes dessa matilha, Ao escalpo dessa faca, Ao frio dessa p...

São outras as horas que percorro, Como outras são as mortes das quais morro diariamente. São vários os tempos e as distâncias, Os vér...

Já é tarde: escuto essa voz... Tarde para o que sonhaste tanto: Preparaste demais... Tarde para ir ou voltar, Já não há mais temp...

Vi nos meus lábios O sorriso do meu pai. No apinhado dos dentes – ai! – As emoções cravadas no osso... Ouvi do fosso da garganta ...

Escrevo porque me esqueço, Pois a memória cobra um preço exorbitante: quanto mais passam os dias - obra ofegante! - Mais o que era perto ...

Trago na bagagem a miragem do que ainda verei. Uns olhos sedentos de um colírio que, em tempos de delírio, inventei. Trago o que sei e ...

Odeio as odes quilométricas, Patéticas em seu centro de dentro e de fora. Com suas palavras ao encalço da mente, Soam como o chato que nã...

O uniforme da Companhia Tem sangue e poeira. Ainda me doem os cassetetes, Os fuzis ainda apontam pra mim. Ainda te amo no espaço e no t...