Flerto de tão perto (e a
esmo)
A loucura e a insanidade.
Que chego, de mim mesmo, sentir uma inexplicável saudade.
Se há amor, eu invento
manhãs.
E, suspenso, do alto afugento os
tortos cães do pensamento...
E me vou, e me vôo, e me
vou.
Flerto de tão perto a demência,
Que mudo a aparência à
minha alma dada.
E choro, e rio, e oro por horas e horas a fio...
De espada.
Flerto de tão perto o
absurdo
Que a tudo relativizo.
E diviso, em meu próprio
rosto, a mortalha.
E cego, enxergo mudo. E,
surdo, para meu desgosto,
No velho espelho da vida,
Pinto o reflexo (suicida)
de um novo canalha.
Belo e denso, o texto me trouxe o mestre Fernando Pessoa. Muito bom, muito mesmo. Parabéns.
ResponderExcluirImpactante, parabéns.
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