Não se passa pela Serra das Araras
Sem o conhecimento de um tié-sangue,
Sem que um canto inunde o mangue e a Guanabara.
Nem por Arrozal, sem que no vento voe
Notas claras, belas e luzidias,
Ou pelos verdes olhos da Mata do Amador
Sem que a chuva denuncie, por lá, a cor dos dias!
Não se passa – cremos! – pelo Piraí,
Sem que um tucunaré seja um tucunaré a menos,
Sem que as curvas do seu leito
Tornem largo o estreito, perto o distante,
Novo o que foi desfeito.
Não se passa se a poesia
A atmosfera invade assim, de assalto,
E as doze palmeiras se enverguem do seu alto,
Saudando, respeitosamente, a primavera.
Não se passa sem que a tarde o dia vele,
Sem que, na linha da Capela de São Benedito,
O sol descanse e, aflito,
Um ipê-amarelo... amarele.
Foto: Capelinha de São Benedito, em Piraí (RJ). Fotógrafo: Alexandre Teixeira, Piraí (RJ).
Muito bom, Saulo!
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