Salvo engano, é de Madre Tereza de Calcutá a afirmação: “Deus não nos perguntará pelo tanto que nós fizemos; mas por quanto amor colocamos em nossos atos.” Mas, por que falo dessas coisas? Porque Deus é Amor e nós somos feitos à Sua imagem e semelhança! Se a nossa natureza é imagem e semelhança de Deus que é Amor, somos também, em princípio, Amor- respeitadas as limitações da criatura diante do seu Criador - e, apenas no Amor encontramos a razão, a realização e sentido de nossas vidas. Tudo o que se faz com Amor – ainda que não reconhecido pelo outro – não passa sem ser percebido por Deus e ganha ares de eternidade, pois Deus é eterno.
O Mandamento Maior nos fala do amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Ensina-nos ainda que, ama a Deus aquele que faz Sua Vontade. E a Sua vontade é que todos cheguem ao Seu conhecimento, à vida eterna. Ora, o ser humano é dotado de inteligência e vontade. Li dia desses um significado atribuído à palavra inteligência: intus legeri – intus como interior; legeri como leitura. Ou seja: inteligente é aquele que empreende uma viagem para dentro de si; aquele que se conhece, que “se lê”, que tem o autoconhecimento. Mergulhe em si mesmo, sobretudo, mergulhe em Deus. Aliás, o batismo é um “mergulho” na Vida Divina.
Vontade é decisão. Para os judeus o órgão do corpo humano referente aos sentimentos não é o coração, e sim o estômago, as vísceras. O coração é o órgão da decisão. Portanto, quando se lê na Bíblia: “Amar a Deus de todo o coração”, entenda-se: decididamente.
Quando Deus – que nos fez - dá-nos o mandamento, a ordem de amar, assim o faz não com o intuito autoritário, “mandão”, e sim de “ordenar” nosso viver para sermos felizes. Amar a Deus e usar as coisas e, não usar a Deus e amar as coisas! Dizem que a gramática do verdadeiro cristão é invertida: ELE, Tu, eu; e não EU, Tu, ele...